Hoje entramos no segundo capítulo.
A forma como agimos com o dinheiro, o nosso comportamento, é uma consequência directa das nossas crenças. A forma como pensa no dinheiro, as nossas crenças, é algo que aprendemos em criança. Logo, a forma como age com o dinheiro deve-se à formação que teve nos primeiros anos de vida.
Se conseguirmos ver a nossa formação com clareza, começará a perceber por que temos estado tão paradas e frustradas quanto ao dinheiro.
Perceber a nossa formação financeira em criança é o primeiro passo para que possamos mudar alguma coisa.
Neste capítulo, passaremos algum tempo a explorar a nossa formação respondendo a um questionário pessoal sobre dinheiro. Perceber a nossa formação financeira em criança é o primeiro passo para que possa mudar alguma coisa.
Estas questões foram retiradas de um curso que a autora costuma dar. A autora diz que não há problema em copiar as respostas da colega do lado porque às vezes temos de nos ajudar a lembrar do que aprendemos em criança.
Temos de ajudar a lembrar a frase "eu sou e sempre fui assim" e transformá-la em "foi assim que me ensinaram e posso mudar o que aprendi".
Não nos podemos esquecer do nosso bloco de notas, para registarmos as nossas respostas ao questionário.
Vamos sentar-nos com o bloco e o lápis à nossa frente.
Questionário financeiro pessoal:
- Que idade tem? Onde vive? Com quem?
- Quanto dinheiro tinha a sua família? Era muito pobre? Não era pobre, mas também não era rica? Tinha posses? era mesmo rica? De que maneira se apercebeu disso quando era pequena?
- Tinha tanto dinheiro quanto os seus amigos? Menos? Mais? Como sabia disso?
- O que significa pertencer a alguma coisa? Quando era pequena sentia que fazia parte de algo? família? Amigos? Igreja?
- Quando precisava mesmo de alguma coisa (Por exemplo, um bloco de notas ou ténis para as aulas de educação física) a que adulto pedia? O que acontecia quando pedia?
- Quando queria mesmo alguma coisa, por ser divertido ou bonito, a que adulto pedia? O que acontecia quando o pedia?
- Quem ganhava o dinheiro para a família?
- Quem gastava o dinheiro da família? Quando era pequena, quem sentia que controlava e detinha o dinheiro? Tente lembrar-se de situações passadas na sua infância que a fizeram acreditar nisso.
- À medida que ficava mais velha, lembra-se se falavam de dinheiro na sua família, ou isso era um assunto tabu? Se falavam de dinheiro, o que se lembra de ouvir? Tente lembrar-se disso.
- Sentia que tinha poder ou controlo enquanto membro da família? Tinha direito a opinião ou perguntavam-lhe o que pensava sobre as compras que eram feitas, para onde se iam mudar, que tipo de casa tinham ou se um dos seis pais teria de mudar de emprego?
- Quando era pequena, alguma vez teve dinheiro próprio? Com que idade? Era uma mesada? Trabalhava para o ter? De que se lembra das reações dos adultos à forma como gastava o dinheiro?
- O que se dizia na sua família sobre as pessoas com dinheiro? As mulheres pobres eram melhores do que as ricas? ou era melhor ser rica do que pobre?
- Lembra-se de, quando era pequena, ser aprovada? Quando recebia elogios? quando se sentia amada?
- O que aprendeu sobre a necessidade de tomar conta de si?
- O que significa "estar segura"? Alguma vez se sentiu segura quando era pequena? Quando? Se não se sentia segura durante a infância, o que acontecia na sua família para provocar esse sentimento?
Por agora, lembrou-se de muitas coisas: algumas dolorosas, outras agradáveis, mas todas úteis.
Analise as respostas que anotou no bloco de notas. Relaxe por um momento e respire fundo, à medida que forma na sua mente a imagem da rapariga inocente e dependente que já foi. Imagine essa rapariga, a leitora, como uma esponja que absorveu as experiências da infância. Quando era pequena absorvia e aprendia.
Aprendeu quem fazia as escolhas em relação ao dinheiro, quem tinha o poder financeiro. aprendeu como conseguir aquilo que precisava, em princípio. Aprendeu como conseguir aquilo que queria, em princípio. Aprendeu o que devia fazer para conseguir o que queria, o que outra pessoa qualquer tinha de fazer. Aprendeu o que merecia ou não. Aprendeu o que significava estar segura, em princípio.
Feche os olhos por um minuto e volte a sentir o que aquela rapariguinha viveu.
Sinta as experiências dela, a formação dela.
Anote no bloco de notas algumas palavras ou frases que expliquem o que acabou de sentir ao imaginar essa rapariga, ao imaginar-se a si mesma. Escrever ajudá-la-á a lembrar-se dessa rapariguinha influenciável e dependente. E isso fará com que nunca se esqueça de que a forma como pensa conseguir o que quer e precisa (as suas crenças financeiras) e como age com o dinheiro (o comportamento financeiro)vem da rapariga que já foi e da formação financeira que recebeu na infância.
No próximo post vamos entrar no terceiro capítulo
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